Uso conjunto de microrganismos benéficos e fertilizantes orgânicos: uma solução potencial para aumentar a sustentabilidade na agricultura

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Crescimento populacional, pandemia COVID-19, conflitos entre nações, desastres naturais, mudanças climáticas são alguns fatores que têm aumentado a insegurança alimentar a nível mundial. Nesse contexto, a agricultura desempenha um papel fundamental em fornecer alimentos em quantidade e qualidade ideal à população. Para tal, diversas tecnologias alternativas e práticas inovadoras de manejo de culturas e de solo vêm sendo desenvolvidas para assegurar a produção mundial de alimentos. Atrelado a isso, há uma demanda por desenvolver e aplicar essas com duplo propósito: garantir maior produtividade das culturas agrícolas e minimizar impactos ambientais adversos, contribuindo, assim, para uma agricultura mais sustentável.

Dentre as opções, o uso de microrganismos benéficos na agricultura tem sido relatado como uma forma promissora, uma vez que desempenham diversas funções que atuam na promoção de crescimento de plantas, no aumento da biodisponibilidade de nutrientes às plantas, na atenuação de efeito deletérios em situações de estresses abióticos e no biocontrole de diversas pragas e doenças que atacam as culturas agrícolas.

Diversos gêneros de bactérias (como Bacillus, Azospirillum, Bradyrhizobium, Pseudomonas, Rhizobium, Streptomyces, entre outros) e de fungos (como Trichoderma, Beauveria, Metarhizium etc) são reportados por seus efeitos benéficos às plantas e ao solo. Microrganismos benéficos são capazes de produzir uma série de metabólitos secundários de interesse agrícola, tais como fitohormônios, sideróforos, enzimas, compostos orgânicos voláteis, antibióticos, evidenciando como promissora sua utilização na agricultura para diferentes finalidades. Além disso, em locais com altas concentrações de metais pesados e outros contaminantes, os microrganismos podem reduzir a biodisponibilidade e bioacumulação desses elementos nas plantas.

Quanto à aplicação de fertilizantes orgânicos em culturas agrícolas, essa utilização é uma forma de melhorar diversas propriedades físico-químicas e biológicas do solo. A literatura traz inúmeros relatos dos benefícios que os fertilizantes orgânicos proporcionam ao solo: melhoram sua estrutura, aumentam os teores de nutrientes e de umidade, melhoram a capacidade de troca catiônica e o pH, reduzem patógenos, entre outros. No caso dos microrganismos benéficos, os fertilizantes orgânicos podem restaurar comunidades microbianas, aumentando sua atividade e até diversidade, o que melhora a qualidade e fertilidade do solo. Tal melhoria no solo relaciona-se intimamente ao fato de que os microrganismos atuam na decomposição de matéria orgânica e na ciclagem de nutrientes, o que resulta em um maior rendimento das culturas agrícolas.

Em virtude dos diversos benefícios ao solo e, principalmente, do aumento na produtividade das culturas e na qualidade nutricional dos alimentos, é crescente o uso combinado de microrganismos benéficos e fertilizantes orgânicos. Quanto aos microrganismos benéficos, estes evidenciam-se como uma ferramenta biotecnológica cada vez mais presente na agricultura, atuando na promoção de crescimento de plantas e/ou no controle biológico. No caso dos fertilizantes orgânicos, estes constituem-se como uma forma promissora de valoração de resíduos e subprodutos agroindustriais, o que fomenta diversos aspectos de economia circular. Sobretudo, como descrito anteriormente, os fertilizantes orgânicos podem ser considerados como aliados dos microrganismos, diferentemente dos fertilizantes inorgânicos que, quando empregados de forma exacerbada, podem afetar drasticamente a estrutura e funções das comunidades microbianas, além de apresentarem riscos potenciais à saúde pública e ao meio ambiente como um todo. Em vista da sinergia entre microrganismos benéficos e fertilizantes orgânicos, é promissor o desenvolvimento e aplicação desse tipo de bioinsumo, especialmente sob a perspectiva da fomentar a sustentabilidade no campo e da necessidade de tornar a agricultura mais sustentável.

Autores

Valdecir Ferrari (Sócio administrador BEIGRUPO)

Mateus Torres Nazari (Pesquisador BEIFORT e Doutorando PPGEng/UPF)

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