Reconhecer uma área fértil para cultivo é, aparentemente simples, até para um agricultor principiante. São três as condições básicas, o solo tem que ter uma cor escura, uma textura leve, não compactado (fofo), e ter minhocas. Um lugar, que apresente as três caraterísticas, recomenda-se para qualquer cultura, apostando ter uma boa produção. O comportamento assim descrito, conhece-se, de forma genérica, como um solo com “matéria orgânica assimilável”.
Contrariamente, um solo escuro, porem duro, sem minhocas, mesmo que sua concentração em matéria orgânica seja alta, se denomina com “matéria orgânica cimentável”.
Então, aparentemente, seria fácil uma transformação da matéria orgânica. Para nossa infelicidade, não é simples, porque implica modificar estruturas moleculares, e a única forma é promover reações de Oxido Redução, (Redox), no solo, é mediante mecanismos biológicos, quer dizer, aprimorar interações da microbiota estabelecendo um comportamento oxidativo, próprio da matéria orgânica ativada. Para dar uma ideia vejamos: “Cada quilograma de um solo fértil pode conter 500 bilhões de bactérias (cerca de 100 vezes a população de seres humanos da Terra), 10 bilhões de actinomicetos e cerca de 1 bilhão de fungos. A essa biomassa microbiana pode-se acrescentar a contribuição das raízes, cujo comprimento pode ultrapassar 600 km no primeiro metro superior do perfil. Ainda, a considerar, existe a fauna, que pode atingir 500 milhões de seres por quilograma de solo (Sposito, 2008)”. Este parágrafo descrito por M.A. Baldotto. (2014) numa revisão detalhada sobre Ácidos Húmicos, mostra a complexidade dos estudos e práticas agrícolas necessárias para expressar a capacidade produtiva de um solo que contenha matéria orgânica assimilável.
Embora, a cultura agrícola seja milenar na civilização humana, é logico pensar que foram inumeráveis as tentativas realizadas, para melhorar a produção de alimentos, assim sendo, se conhece que as grandes civilizações prosperaram em solos férteis e próximos de fontes hídricas. Supondo, em solos com matéria orgânica assimilável. Dados espalhados sobre o tema indicam que as culturas andinas, da Cordilheira dos Andes, aplicaram alguns critérios, ainda pouco estudados, na melhora dos solos em suas plataformas de auto irrigação. O destaque de referência, da matéria orgânica, foi encontrado, na região Amazônica na denominada “Terra Preta de Índio” (TPI) que realça a formação de humus, desenvolvido de alguma forma artesanal, aplicável a melhorar culturas vegetais. A TPI, tornou-se o exemplo especifico de matéria orgânica assimilável. Sua composição são os Ácidos Húmicos (AH), mesmo que não tenham o mesmo princípio, pelo qual, se conhece hoje os AH, pois eles não provem de Jazidas minerais.
Numa interpretação acurada require-se, diferenciar entre os AH e as Substâncias Húmicas (SH). Os AH são obtidos mediante processos extrativos, solido/liquido, de mineiros carboníferos, como Leonardita, Turfa, etc. por meio de soluções alcalinas e neutralizados com soluções acidas, e pela sua modificação da acides, se separam tipos moleculares conhecidos como Ácidos Húmicos, Ácidos Fúlvicos e Huminas. As SH são produzidas por processos fermentativos sequenciais de alta eficiência a partir de resíduos vegetais, o que gera uma solução alcalina, de efeitos benéficos na nutrição vegetal.
Assim, o ponto determinante para interpretar o comportamento da matéria orgânica assimilável no solo é conhecer os teores de SH, e associar ao incremento da microbiota, considerando que ela depende as interações moleculares que modificam o solo.
A Assiferto RS, no entendimento de avançar no desafio, e consolidar estudos, tecnologias e ações que permitam a seus associados, ser potenciais executores da aplicação das SH, visando sua incorporação no solo, prevendo um resultado já conhecido de efeito benéfico destas pratica agrícola.
N.M. Rodrigo Leygue-Alba. Ph. D.
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Bibliografia.
Sposito G (2008) The chemistry of soils. 2nd ed. New York, Oxford. 330p. [ Links ]